Nau Catrineta

Lá vai a nau Catrineta

Sem mares para navegar

Os barcos são como a vida

A idade os faz parar

Agora não aporta a molhos

Carregada de especiarias

Só lhe resta escolhos

E inglória nos seus dias

Lá vai a nau Catrineta…

Memória da minha infância,

Navegando de ambulância

Num mar de terra,

Amuada,

A rasgar tão longa estrada

No mundo da poesia

Do dia faz-se noite e da noite dia

Sem haver nisto contradição

Porque é mundo de magia

Agora,

Lá vai a nau Catrineta

Não de ambulância

Mas de lambreta,

Desenhando piruetas

Nas curvas da minha infância

A história incrível da nau Catrineta

Que tem muito que contar

Não passa de um lamento

Da memória…

Um desejo de resgatar

Tão velha glória.

Antaco
Enviado por Antaco em 15/02/2013
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