na fome da maré
os barquetos desaguam
quiça estejam cansados
cansados de  ir  de lá  pra cá
cansados de fetejarem
e quebrarem...
ao som das  aguas frias
seus corpos  boiam
na flutuação muito antiga
onde o alimento emerge
bem do fundo da fonte

os barcos são contas
á serem pagas
força familiar
rede que não desarma
nó sem desatar
o cheiro da marisia
o sal, o céu, o rondar
das gaivotas macias
sobre o mar
os barcos são corpo livres
a desejar

são conduzidos e condutores
amigos , confidentes , doutores
num riso estridente (alto mar)
no vai e vem de seus remos
andam, viajam pequenos,
no grande mundo do mar
são verdadeiros abrigos
para  suprir dos perigos
o pescador que adentrar

e neles fizerem morada
jogando sonhos, redes , e nada
nada vai os separar
os barcos são tão sómente
braços que ao espaço se prendem
pro pescador ir e chegar,
jamais perdendo seu trilho
e ensinando seu filho
as estradas invisiveis
do mar

olguinha costa
Enviado por olguinha costa em 15/02/2013
Reeditado em 15/02/2013
Código do texto: T4141407
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