minha memória
é como fogo
um templo sem parede
uma nuvem incessante
entro na vida,
tiro as sandálias
num remoto tempo
de uma antiga saudade
sigo a bordo dos mistérios
das rendas misturadas ao passado,
não posso dizer a hora
de cada tarde a contemplar
as ressacas dos instantes
em algum momento
meu avião é o viajante,
em minha mente
sou o relógio,
sou o próprio tempo
a vida pode alegar
que estou presa
presa em todos os lados,
sou uma mulher que dorme
acordada
sou um reguardo de mim mesma
sou apenas uma renda
em alguma toalha bordada,
um fogo insano,
um templo sem parede
a contemplar as ressacas dos campos,
dos mundos,
dos longos silencios
de toda minha vida
é como fogo
um templo sem parede
uma nuvem incessante
entro na vida,
tiro as sandálias
num remoto tempo
de uma antiga saudade
sigo a bordo dos mistérios
das rendas misturadas ao passado,
não posso dizer a hora
de cada tarde a contemplar
as ressacas dos instantes
em algum momento
meu avião é o viajante,
em minha mente
sou o relógio,
sou o próprio tempo
a vida pode alegar
que estou presa
presa em todos os lados,
sou uma mulher que dorme
acordada
sou um reguardo de mim mesma
sou apenas uma renda
em alguma toalha bordada,
um fogo insano,
um templo sem parede
a contemplar as ressacas dos campos,
dos mundos,
dos longos silencios
de toda minha vida