Caduceu de Hermes Peregrino
Finco na terra o cajado
e em mim também.
Abraça-o duas serpentes
ascendentes, flamejantes.
Viajantes, vejam:
o peregrino recomeçou a jornada!
Caminhemos!
Nada mais importa
além de um passo após outro,
atravessar as portas
fechadas da alma.
Renascida esperança,
a reencontro em mim
como ao eu mesmo do fim,
ajudando a mim
a me reencontrar.
Entre as serpentes,
o cajado ereto.
Nele,
a flecha do ser alado,
impulsionada pelo arco,
arco-íris, esperança,
se lança ao infinito...
Que renasça em mim
o Deus Criança,
quando eu enfim alcançar a Arte
além da poesia!
Aquela Arte,
que se inicia e se finda
na beleza do equilíbrio
dos opostos reunidos em Um,
dos opostos de mim,
reunidos no eu
além do eu que penso ser.