A NOITE DE ONTEM

Talvez, quando nossos olhos abertos,

viram o dia amanhecer

nem acreditamos que aquela noite existiu,

mas ela existiu.

Uma noite

de preliminares e amor.

Depois, fomos tomados de assalto,

por sentimentos a flor da pele,

daqueles ainda nunca sentidos,

que rapidamente se espalharam

por todo o corpo,

e fizeram doer o coração.

Doeram nos olhos

que não conseguiram

segurar as lágrimas salgadas.

E choramos,

apenas nos deixamos chorar

se olhando nos olhos.

Dizendo tantas coisas,

sentido outras tantas

que queriam explodir.

Ah! as palavras,

os momentos que ficamos

sem as palavras,

os momentos em que as lágrimas

diziam bem mais que as palavras.

Não sei o que aconteceu

com você depois,

sei apenas o que aconteceu comigo.

Minhas lágrimas

ainda demoraram a secar,

teimavam em não deixar

meus olhos adormecerem.

É, choramos

você minha flor de Lizz

e eu teu benquerer.

E de manhã,

quando vi o sol entrando na minha janela,

eu já estava convencido

que não foi uma noite de tristeza.

Noites assim

como a nossa de ontem,

servem para que

os olhos de um possam

enxergar o amor que existe

dentro do coração do outro.

Nesses anos todos

nossos corações nunca se abriram

e nem se falaram

como na noite de ontem.

Então, quando te deixei um bom dia,

e um beijo,

eu já estava mais feliz.

Tinha esquecido as lágrimas

pra lembrar nossas telepatias

aquelas que são apenas nossas.

Tinha esquecido a dor

pra lembrar-se do amor que fizemos,

aquele que é também só nosso.

E quando você vier outra vez,

minha boca estará esperando

a tua boca.

Só com meus beijos,

com teus beijos,

e corações disparados

com nossos orgasmos

esqueceremos que a noite

de ontem existiu.