Portão da Infância
Quando abri aquele velho portão,
minha infância feliz saiu correndo,
pro quintal antigo do meu coração
meus braços foram pro céu se erguendo.
Via-me ainda menina pequena, indo
de encontro com minha eterna saudade
deixada ali, no mesmo lugar sorrindo,
minha Nona dizendo: - Que barbaridade!
Minhas lágrimas queriam dizer:
- Eu voltei para o mesmo lugar,
que um dia eu deixei de ver,
onde eu aprendi o sentido de brincar.
Onde a inocência tomava banho
no tanque quadrado do quintal,
depois de sujar meu cabelo castanho
com os bolinho de terra do lamaçal.
Onde a curiosidade morava no porão
repleto de coisas antigas e passados,
que viravam brinquedos pelo chão,
enquanto imaginar eram voos alados.
Eu voltei para rever o que eu amei
e jamais vou conseguir esquecer,
porque, no meu íntimo, eu sei
minha infância aqui irá permanecer.