Imagem perdida
O tempo incólume
desliza por entre águas mansas
e esta brisa que me espalha os cabelos
me traz lembranças de núvens.
O vento está parado
e na bicicleta da lembrança
a vida vai passando...
E novamente o vento,
e novamente a chuva,
e novamente...
Salta um gosto de maçã
da boca úmida,
uma ternura de braços,
um abraço morno.
No arfar do peito,
num suspiro,
aquele beijo roubado,
aquele amor inantil.
E teus olhos como duas contas,
teus olhos verdes como o mar,
e teus olhos...
O vento parou
e teu olhar sumiu
na escuridão do
tempo que se perdeu...