Borboletas
Por dançar a vida achei uma pista em ampla clareira
No pisar corrente arranquei as unhas e as penas
Ignorando os domínios ia somando as trilhas
Ao escolher um curso ainda sem padrão nem eira
Entreguei-me às marés ainda mal acostumadas
Às tábuas de horas e regras moldadas à mão
Atravessei no peito as ondas tracejadas de sal
Conspirando para as águas virem numa cheia
Dadas as circunstâncias era movido pela emoção
Abrindo o coração que transitava sem amarras
Em sintonia com a música soltei o que guardava
Réstias de festejos bem combinadas com maçãs
Encontro o vestido de uma história incompleta
Tantos sonhos deixados como jogos de armar
Suspenso em finas hastes de giz da memória
Equilíbrio solto em rota riscada por labaredas
Bela borboleta roxa atraída pela luz em colapso
Aprende a aceitar o desencanto das mudanças
Um valioso selo guardado numa caixa de segredos
Retrato três por quatro dobrado em lembranças