O PASSEIO DOS ANJOS

Eles vao assim que o sopro da vida cessa

Tao rapido que as vezes nao da tempo para as despedidas

E o pouco tempo em que passearam entre nos

Depois nos mostram pelas nossas lagrimas

Que nunca sera suficiente o tempo de estadia em que ficaram

Pela longa e eterna ausencia que se encerra.

Nao importa se o laço de sangue era suficiente

Nem a amizade impar tao dedicada

Nem todo o sentimento matrimonial construido

Vao mesmo nunca querendo.

E vao levando lembranças nossas

Risos que muitas vezes foram divididos

Vao como se nunca tivessem ido de verdade

Porque nossa mente magoada imagina-os em viagem intermitente

E sem data alguma para a volta.

Em um momento usam dos sonhos

Para mostrarem-se alegres ou tristes

Em outro momento causam arrepios

Como se estivessem tentando fazerem-se proximos

Ao acordar desses sonhos pensamos ser tao real

Mas era irreal

Ao arrepiar-se pensamos realmente em algo presente

Mas era imaterial.

Por onde eles andam?

O que fazem depois que partem?

Para onde vao afinal de contas?

Havera o reencontro algum dia?

E a vida segue de maos dadas com a morte

Levando nossas perguntas

E nunca trazendo suas respostas.

JOSE VANDERLI(19 DEZEMBRO 2012)