Poema 0021 - Dores de amores
Para quem sabe de amor, voa até o infinito,
torna-se amante até a última cena de amor,
jamais fará o derradeiro carinho no corpo,
usar as mãos é o poder infernal dos amantes.
Nenhum sentimento apaixonado faz doer,
olhos invisíveis lêem no livro da vida,
quando se ama, todo abstrato é real,
os sonhos são importantes quando tem o outro.
Quero o sobrenatural da carência, a fome de amor,
o desejo perdido mostrado nos olhos de tesão,
as juras inventadas, antes e depois do amor,
o sair lento do seu sexo, agora dono da paixão.
Quero suas mãos silenciosas passeando pelo meu corpo,
a saliva ainda quente espalhada entre meus pêlos,
sua meia timidez perdida ao primeiro toque da língua,
o corpo, a carne trêmula e o beijo ofegante da despedida.
Deixe que minha paixão dispa a sua lucidez,
que nossos sentimentos colem pedaços espalhados,
que minhas dores de amor amenizem as suas,
por último, que seja minha, antes e depois desta noite.
24/10/2004