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Dispo-me e voo...

Quadrículos de sombra
prendem solidão...
Na gaiola, o pássaro trina,
soluça libertação...

Despudoradamente
dispo-me e voo.
Salivo um adeus
sem lágrimas...
pego o céu

Um gorjear
lunar me alcança;
- É você, o pássaro que canta?
Diz-me, é você
mostrando o caminho
da esperança?

Ondas de arrepios
erguem (me) as plumas
e as cicatrizes nuas
sangram ao relento.

Dá-me tua brisa de ungüento...

Vejo chaves rodopiando no ar
Olhos na fechadura
Mandam parar

Devoro tuas palavras (in) ternamente,
é o alimento, no silêncio,
sustentando a ave que voa
na calada da noite.

Despudoradamente
dispo-me da solidão...

 
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 04/12/2012
Reeditado em 24/01/2015
Código do texto: T4019772
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