DESISTÊNCIA
mais uma emboscada,
e senti o aço cravar
fundo no meu peito.
o ódio das suas palavras
retalharam a carne, e,
mais uma vez tentaste
subjugar-me a reles ser.
sem reação, o vil brilho
da adaga rodopiando no ar,
espicaçando com fúria
erros tolos do passado ,
ataque de frases feitas,
golpeando mais e mais .
insatisfeita, me desafiou;
tudo foi dito além do limite
de uma tenebrosa noite
o dedo metido na ferida
até o fluxo hemorrágico,
constante, em torrente.
a sua covardia em mim
entrara pela madrugada,
e minha alma enfraquecida
chorou copiosamente então
num incontrolável pranto.
agora só há um silêncio
ecoando num sepulcral vazio.
convidando desistir de viver,
desejo breve, sem conjectura,
entregar-me-ei a morte enfim...
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