NUMA VAGA SAUDADE DE MIM...
Saudade do universo que eu fantasiava
Saudade da palavra que eu valorizava,
Saudade do afeto que de mim brotava!
Saudade do espaço em que eu me projetava...
Da força da mão que eu confiava...
Saudade do brilho que eu emanava
Saudade do abraço que me divagava,
Do tanto ilusionismo que me alimentava,
Da pequena flor que eu despetalava...
Saudade até do solo que eu acreditava...
Deste meu país que eu idolatrava!
Do doce sorriso que me iluminava,
Saudade da criança que me habitava...
Saudade do amor que me comandava
Saudade da poesia que me povoava
Do verso tão simplório que de mim voava
Da rima mais bonita que eu arquitetava,
Saudade do poema que eu vivenciava
Da velha esperança que me propulsionava
Saudade da inocência que me encantava
De toda a minha fé que me agigantava
Da tanta humanidade que me foi zombada,
Da franca boa fé que só foi usada...
Até da cidadania, hoje usurpada!
Saudade da saudade que me confortava.
Saudade, só essa vaga sensação de mim...
A de ter sido um ilusório tudo
Humana miragem neste imenso nada...