Usurpação

Eu não tenho nada a ver com isso

Pediram-me a mão

Ofereci os meus braços

Pediram-me o pé

Mostrei os caminhos

Pediram de um tudo

E eu estava lá

Servindo a todos

Não esperei retorno algum

Não medi nenhum esforço

Só entreguei o meu sincero conhecer

Para que dele tirassem proveito

E conseguissem assim ter poder

Mas vi que nem todos compreendem

A dimensão humana do ser

E julgam que somos

As coisas sem vida

Que eles submetem

Na hora que querem

Ao seu bel prazer

Tirando a essência

Do que representa

Nosso coração

E nos devolvendo

O seco desprezo

Sem o mínimo zelo

Com o outro que é irmão