hóstia

Sente-se comigo à mesa

Devore os pratos e conte os seus causos

Faça o que quiser, mas não esboce perguntas

Veja bem, não há maquiagem em meu rosto essa manhã

E enquanto isso só poderei te dar incertezas

Não sei da fome dos estômagos alheios e nem das almas

Não sei dos corpos arrebentados no solo

Não entendo a metafísica do nosso dia-a-dia

Sempre emburrada em saberes de faz conta

Não meu amigo, hoje enquanto for hoje

Eu sou apenas a minha carne,

sem razão para crer em nada

Por isso, sente-se comigo à mesa

Desnude-se dos vestígios da razão moderna

Venha, partilhe do meu pão

Faremos um novo rito, uma comunhão final

Criemos , por hoje, a nossa própria metafísica