SUAVE VENENO
Envenenei uma flecha com minhas lágrimas e lancei-a ao céu,
Depois bebi d’um suave veneno,
Adormeci como que saciado do mais puro mel.
Perdi-me em delírios em busca de um sonho eterno,
Achei-me despido,
Em apuros, totalmente desprovido,
Um pobre desabrigado em plena noite de inverno.
Der repente vejo os meus sonhos se desintegrando,
Como o mais fino pó,
Só poeira então restando.
Foi então que voce chegou,
Ferida assim como eu,
Recostou-se em meu peito,
Soluçou o seu defeito,
E convidou-me a recomeçar tudo direito.
Hoje eu escrevo sonhos,
Desenho felicidades,
Construo romances,
Conquistando sempre novos horizontes,
Agarrando-me a todas as minhas novas chances.
Hoje descobri algo que nem de longe podia imaginar,
Encontrei em sua ferida já quase cicatrizada,
A marca da flecha por mim um dia lançada.
josegomes