devaneios

então vislumbro pelos becos

o cheiro da tua poesia ainda em berço

essa mergulhada nas taças dos teus olhos

fugidios versos a bater em janelas

pedem-me um trago à menina que escondo

ofertam-me aos dedos verdes, um pé de frases

perambulam-me na pele, palavras

emprestadas de teus labios grávidos

ávidas palavras com fome de toques

e não fossem minhas ruas sem saída

escaparia de mim uma poesia pelas frestas

beijaria a ti em festa, em líquida orgia

sinto o cheiro do teu cio em branco

lavam-me chuvas, não minhas

escorrem teus céus em quases

esses quases, fantasmas meus

quases, a um passo, a uma lingua

mas... são da lua, teus ais, tuas fases

e eu sinto, só sinto o aroma teu

o arrepio da tua poesia que anda

que passa, e nunca em mim pára.

Almma
Enviado por Almma em 27/10/2012
Reeditado em 29/10/2012
Código do texto: T3955516
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