QUANDO CHOVE
chove agora...
ouço os pingos...
grandes, pesados
contraditoriamente
rápidos...
assim São
as chuvas de verão
(E´verão por aqui)!
passam
destruidoras e
se vão...
elas deixam de existir,
pretendiam
ser esquecidas...
mas não podem
ficam rastros,
feridas...
cicatrizes que
servem pra lembrar
que a chuva
nunca termina:
respira
pra recomeçar...
ou então
abre passagem,
deixa o Sol passar,
marca o céu.
arco iris?
miragem...
então, com
a chuva longe
uma certeza fica
é só um
intervalo,
não despedida...
sem chuva,
homem ressona...
cochila...
sonha...
chuva quente
o banha...
acorda
assustado, passa a
mão corpo:
seco...
decepcionado
levanta,
olha o céu. quer
chuva...
encontra estrela,
mulher.
entende
súbito, pleno.
se não há
chuva,
a estrela
o torna
sereno...
dorme de novo
sem sofrer.
chuva, estrela,
mulher...
sorri: se sabe
novamente
a viver!