Trincheiras...
entre a palavra e a boca
o espasmo de um quase
vítima rota do acaso
desejos em pele viva
brotam no céu da língua
a um passo das asas
não, não era hora do beijo
não era hora do verbo ( não lido )
não era hora do verso (cuspido )
trancas na carne sangram
espancando da alma, olhos
esses que veem, que mancam...
olhos, almejando mãos
olhos, almejando vulcões
rastejantes olhos em água
ajoelha-se a não dita palavra
entricheirada entre os dentes e o nada
morre no silêncio da lágrima...