Porto solidão
Não adianta dizer adeus...
Não adianta me pedir para sair...
O vício,
A fome e a insanidade...
São hoje um histórico de necessidade.
A principio te violentei,
Percebi os teus olhos a me procurar na noite
E logo te arranquei.
Tirei os pés;
Desfolhei as mãos e o
Coração aluguei.
Fiz em teu corpo a minha moradia;
Escrevi nas pardes a minha fantasia...
Logo te amei.
E te amando, te amando...
Me viciei em teu veneno.
Guardei a tua saudade,
fiz do teu mundo a minha maior cidade.
Me perdi pelas ruas que andei.
Nunca mais me vi sem ti.
Aprendi o teu cheiro,
Atendia só a tua voz;
conheci os teus passos.
Fechava os olhos e sentia todo o teu carinho.
Te viver foi uma verdade,
Construida todos os dias.
Agora que caminho só,
Nem sei a onde ir.
Já não tenho sede,
Pátria ou liberdade.
Quando você me disse adeus...
Descobri amargamente que foi o fim.