Espelho (Republicação)

Esther Ribeiro Gomes

‘Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem esses olhos tão vazios, nem o lábio amargo;

Em que espelho ficou perdida a minha face?’

(Cecília Meireles)

Em que espelho meu rosto se perdeu?

Esta imagem que vejo, não sou eu!

O tempo passa e deixa marcas indeléveis...

As do corpo podem ser amenizadas,

as da alma entristecem a caminhada...

As mãos delatam a verdadeira idade

e o olhar revela os segredos da alma,

guardados no baú da saudade...

O tempo passa, é a dura realidade!

O espelho faz reviver na memória,

fatos que marcaram meu rosto,

as amarguras, os desgostos,

cada ruga conta uma história!

Mas a alma é livre para voar,

ela não tem cor, nem idade,

transporá as portas da eternidade,

para ser feliz e sonhar!

Nos caminhos desta vida,

enriquecer a alma com sabedoria,

poderá trazer de volta a alegria

que o tempo, implacável,

não conseguirá levar!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 07/10/2012
Reeditado em 07/10/2012
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