Arthur

Na palidez da tarde...

Gerânios tristes!

Grande silêncio...

Mares silenciosos.

Escutam-se silêncios no pulso!

Vou mordendo o mundo com os olhos!

Meus olhares escapam para se esconder em você

Grão de areia infinitamente pequeno.

É preciso uma tarde inteira para mergulhar ate as profundezas mais abissais do poema!

Arthur eu deliro em tua alma!

Não toco o solo jamais quando voo com as asas dos teus versos.

Tiznado por uma mancha negra

De quem encostou por descuido numa brasa fria

Você imprimiu em mim o delírio

Suas palavras sentem febre

No meu corpo!

Me consumo em seus bosques...

Em suas casas...

Nas cenas que tua alma explora.

Alcanço em fim todos os horizontes!

Verniz das tardes...

Do sol que se vai no entardecer.

Mergulho no crepúsculo e ele em mim!

As janelas calam a rua

O campo

Os olhos doces com sono

Seu livro vem iluminar outros pensamentos meus

Nas páginas da noite.