MATAREI (destinatária certa)

Bebe com prazer teu vinho,

Desde que seco e tinto.

Antes, meu feral instinto

O envenenará. Sem dó, nem poucochinho.

Que seco e tinto seja

Pois mau gosto não admito,

Mesmo que morras emitindo grito,

Não importa, preferível o vinho, nunca a tal cerveja.

Até nos estertores derradeiros

Estejas tu entre os primeiros

Em matéria de bom bom gosto e finura.

A vida inteira buscastes ser classuda

E agora que te matarei, por Deus, não muda

Minha querida, amada mais que qualquer outra criatura.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 04/10/2012
Reeditado em 09/10/2012
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