Basta...
ando às fartas comigo
é hora de fazer as malas
enviar-me longe, bem longe
desses olhos e dedos meus
que a mim, só a mim
perfuram e castigam
um basta aos farrapos
um basta ao sol derramado
um basta às minhas palavras
essas que, uivam, murmuram
e nada dizem e dizem nada
basta, já disse, basta
chega, despeço-me
foi bom te ver no espelho
foi bom te sentir na carne
foi bom cutucar tuas feridas
foi bom desfilar tua alma, agora...
cala tua poesia, vai-te embora