Poema Inínteligível
Deus meu, no meio de tanta fala nesta vida
Por que diabos uma pessoa vai saber de poesia
Se o carinho do inimigo e amigo e toda pessoa esquecida
Já não tem mais o apelo que tinha em nosso dia-a-dia
Mais que fantasia bonita, fraseado rítmico, malabares
É preciso, Bem, descer dos ares, somar
Não importa rimar fácil, bem com também, teus males
Desde que o tempo não se perca, teus clichês: usa-os no amor
Amaldiçoadas sejam palavras que afastam o mundo
Perdemos o tempo todo a infinidade de cada segundo
Por uma busca alucinada e vã de um pouquinho de eternidade
Veja. O passado hoje em espigas sagradas, poucas vingaram verdade
Por enquanto, a vida caindo do fundo,
A flor é uma linda maldade
O assunto é sempre a sombra corrente da felicidade
( ou nãoé?)
Na cena representa-se a cena, a vida que não sai de cena
O casamento entre a planta e o horizonte, aquele momento
O haicai que acasala a luz com o vento
A tinta espalhando a ferrugem da pena
Quantas solidões andarilhas
Enluaradas trilhas
Na ciência o monumento ao infinito, erigindo-se do analítico
A arte síntese eterna, novomito, pele de serpente dragão
Um caso de Amor com a grandeza que permanece com o mítico
Na ciência, a paixão pela complexidade, o coração ferramenta de redução
A expressão infinita do meta-físico sem comunicação
Por falta do termo, talvez, vontade de linguagem, pergunta com resposta: Sim. Não.