RECONCILIAÇÃO

Deem-se as mãos, olhem-se nos olhos,

Busquem-se no silêncio dos gestos escondidos,

Ou nos sentimentos adormecidos

Na alma e no coração.

O olhar diz mais do que as palavras,

Porque reflete o que há de mais profundo

No mais profundo do ser.

As mãos criam laços de ternura

Que nunca passam, e marcam como tatuagem

O caminho do encontros e dos desencontros.

A voz do silêncio clama, clama, se inflama

Para reacender A chama deste amor

Que não morre mas se esconde – onde?

Talvez nos segredos não ditos

Que se perderam ao longo do tempo,

Ou no momento que não houve,

E por isso não se ouviu a sua voz.

A terra está seca e a semente semeada.

Embora a vida pareça morta,

A sua essência permanece em latência –

Existência da carência do amor.

Revolver as cinzas. Renovar os sentimentos.

Restaurar os escombros. Pacificar os corações.

Derrubar muralhas. Destruir barreiras.

Desatar correntes. Desamarrar os nós...

E assim, tu e ele, ele e tu seremos “nós”,

Porquanto a palavra se vez vós,

A voz se fez gesto, o gesto se fez olhar,

Do olhar brilhou a luz, a luz dissipou as trevas,

E revelou o perdão.

Luz de Deus. Luz da Luz...

Reconciliação.

ALMacêdo

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 25/09/2012
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