Não Chores
Não chores no sereno a gotejar
No ato da posse dos amantes da noite
De intensa sedução a se entregar
No escuro do quarto a pena constante
Sedenta de poesias e desejos já maduros.
Não chores sob os ladrilhos brilhantes
Já prontos e plenos de cores
A sentir a paz íntima faminta
Que toca a pele costurada com fios de prata
São fortes resgatam pérolas ardentes
Sem contemplar o sol no amanhecer.
Não chores nos labirintos verdes
Há vida cheia de tons nas searas
São rumos sem rumos que vicejam
vozes na lua em quarto caem
Nos casarões brancos adornados
De rubros cravos nas janelas.
Não chores pela audácia do olhar
Que palpita nas horas intensas
De paixão música e sentimento
Que cantam a cantiga antiga no farol
A desfolhar a alma dolente
De enleios sublimados no ontem.
Não chores ao calar a alma
Que rompe fronteiras tímidas
Que vem do norte dos quatro ventos
Lamentos desta matéria- canção
Das próprias estilhas que viajam
É o nada o vazio solitário vivo...
IáraPacini