Timoneiro do amor.
A travessia era ingrime, e tinha medo.
Queria a certeza de onde ia levar-me
a correnteza daquele sentimento...
Parecia tudo muito bonito, Certinho
de mais pra quem não é dado a isso.
Eu queria tudo, eu queria nada, na
verdade o que eu queria era mais a
certeza de que chegaria em algum
lugar e que lá encontraria a alegria
perdida em alguma parte da minha
história de vida, tão cheia de idas
sem voltas, partidas sem chegadas.
Eu desejava saber se a nau iria poder
navegar ou se ela não ia naufragar no
primeiro banco de areia que estivesse
à frente. Eu precisava que o capitão
me desse a certeza. Mas que capitão?
Na verdade eras só o timoneiro e quase
que não tinhas experiência em velejar
por rotas antes tão navegadas e com
tantas histórias alegres ou tristes. Tu
eras menos que eu queria e eras mais
que no meu entender, era merecedora.
Porém estas minhas incertezas não eram
mais que dúvidas de uma apaixonada por
barcos(?) - Não. Por capitães do amor ou
timoneiros que jamais acertavam nas rotas
que escolhiam e que atracavam em portos
sempre diferentes daqueles que eu queria.
O meu desejo era jogar âncoras para atracar
e desembarcar em terra firme, onde iria fixar
minha linda morada, fazendo parada em algum
coração, e nele, jogar as amarras e aprisionar
para a eternidade, em seu corpo, a minha alma.