Oásis de amor *

O oásis

Tão buscado

Foi por fim divisado

Pelo viandante

Em sua busca incessante

De um pouso, ainda que breve

Na infinda viajem

Sob inclemente sol

E insaciada sede.

Ouve um brado:"VEDE!"

E não era miragem.

Incrédulo, pois bem ao contrário

De outras tantas visões parecidas

Não era produto, aquela, do seu imaginário.

As secas inclemências dava por não mais havidas.

Mas não só de água, palmeiras, suavizante brisa

Haveria de ser composto o seu deleite.

Existia uma tenda ali armada,

De textura acetinada

E sobre o chão, multicolor e macio tapete.

Servidos-lhe foram mel, tâmaras, leite,

Queijo mergulhado em azeite,

Tudo em infinita fartura.

Uma princesa de indescritível formosura

Foi-lhe à distância apresentada.

Estaria por fim exterminada

A fome e a sede com outros líquidos e iguarias,

Oferta sob as principescas vestes guardada

Mas só se dali saísse ela, com o viajante casada...

Ó! vida, como nos desafias...

Ao modo do Machado de Assis,

Eu, que dantes nunca o fiz,

Questiono-te a ti, leitor: Tu, o que farias?

*inspirado em VAZIO INQUIETANTE, poema de Beth Lucchesi

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 14/09/2012
Reeditado em 15/09/2012
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