Ecos...

havia mãos a sangrar

e sagrar o minuto faminto

olhos e tez do tempo

do que escorria

dedos em branco e negro

lágrimas em elos

tão pouco era pele

tão pouco era matéria

tantas eram as pérolas

só, de joelhos , alma

só, sem caminhos, nós

só, somente só, pó

arrancadas as garras

marfim sagrado, sedento

amaldiçoando momentos

benditos todos os dentes

benditos todos os ritos

santificadamente malditos

havia de colher

dores penduradas em folhas

nas linhas no avesso do espelho...

de um purgar ventre

abortar a carne tecida, vadia

parir e ouvir sinfonias

mel, dias, melodias

arias e sóis menores distantes

sonhos, ecos de um sempre...

Almma
Enviado por Almma em 10/09/2012
Código do texto: T3875143
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