Veneza
Veneza, Veneza! Dorme em ti amores tantos
Em tuas lápides aqüíferas descansam
Esses amores, que por muitos já são quantos
Quantos suspiros que nos teus regaços dançam...
Oh! Veneza! Nas águas que te banham vão amores
A rastejar incólumes, no leito frio e pegajoso dos teus rios,
Em teus remos, sem saber, não sente as dores
Das feridas que se escondem no teu solo há anos mil
Das tuas pontes, queda livre aos precipícios
Flamejantes de amargura sonhos que já não são mais
Do profano ao sacrossanto, desde já dos teus inícios
Afogastes mil desejos nesses teus belos canais
Talvez já não estendas nessa falsa cortesia
As mãos do teu barco, balouçante em teus enjôos
A dama (em desespero), de mãos ás luvas, a sofrer em demasia!
Suplica-te chorosa que lhe tornes aos seus vôos!
Devolveis, devolveis! Oh canais de águas turvas!
Aos amantes, de lábios frios, descarnados e tão nus
Os beijos jamais dados que prendeste em tuas curvas
Nos negrumes onde as cartas nunca viram essa luz
O mel das tuas luas já não fartas aos teus favos
Os lençóis jamais rasgados, onde os corpos nunca tombam
Os gritos! Nunca ouvistes, nem mesmo quando aos oitavos
Emergidos soam tristes e as tuas cenas roubam
Devolveis, devolveis! Oh canais de águas turvas!
Aos meninos, o som doce e mavioso em tua flauta
Aos pastores o rebanho, de joelho e glória encurvas
De ti Veneza e dessa tua glória incauta!
Veneza, Veneza! Dorme em ti amores tantos
Em tuas lápides aqüíferas descansam
Esses amores, que por muitos já são quantos
Quantos suspiros que nos teus regaços dançam...
Oh! Veneza! Nas águas que te banham vão amores
A rastejar incólumes, no leito frio e pegajoso dos teus rios,
Em teus remos, sem saber, não sente as dores
Das feridas que se escondem no teu solo há anos mil
Das tuas pontes, queda livre aos precipícios
Flamejantes de amargura sonhos que já não são mais
Do profano ao sacrossanto, desde já dos teus inícios
Afogastes mil desejos nesses teus belos canais
Talvez já não estendas nessa falsa cortesia
As mãos do teu barco, balouçante em teus enjôos
A dama (em desespero), de mãos ás luvas, a sofrer em demasia!
Suplica-te chorosa que lhe tornes aos seus vôos!
Devolveis, devolveis! Oh canais de águas turvas!
Aos amantes, de lábios frios, descarnados e tão nus
Os beijos jamais dados que prendeste em tuas curvas
Nos negrumes onde as cartas nunca viram essa luz
O mel das tuas luas já não fartas aos teus favos
Os lençóis jamais rasgados, onde os corpos nunca tombam
Os gritos! Nunca ouvistes, nem mesmo quando aos oitavos
Emergidos soam tristes e as tuas cenas roubam
Devolveis, devolveis! Oh canais de águas turvas!
Aos meninos, o som doce e mavioso em tua flauta
Aos pastores o rebanho, de joelho e glória encurvas
De ti Veneza e dessa tua glória incauta!