Ode ao Tempo II
Do mais longínquo ao mais recente
Transcorre e corre docemente:
Fluido, suave e arredio
Soa a badalada do tardio
No calendário do presente.
Do mais próximo ao mais distante
Caminha o tempo inconstante:
passagem súbita que anuncia
Discretos traços da alegria
Marcada fixa no semblante.
Em (des)controle (im)previsível
Faz-se todo o (im)possível:
Aproveita-se o tempo dado
Dando tempo ao sonho alado
Mudar a realidade preferível.
Ocaso que mede a paciência
Da fria razão em imanência:
Arguto sentimento aquece
O surpreso coração amornece
E busca no tempo assistência.
Tragédia iniciada no nascer
Comédia interpretada no crescer:
Assuntos debatidos ludicamente
Novela mascarando o inconsequente
Elegia do próprio tempo ao morrer.