A esmo
Quando olhar pra fora
não é ver o que se precisa,
quando cessa a beleza do verso
e o universo é um poema cansado,
guardando na retina um encontro,
silente, a dor castiga o coração...
quando a solidão é mar aberto
onde o corpo jaz,
quando não há mais
garrafas pra enviar mensagens,
e a paisagem enlouquece
como areias do tempo
que ferem os olhos
e cegam os sonhos...
quando a ausência
é o presente que o vento traz,
não há mais o que fazer,
apenas abraçar o sofrer,
pois agora, tanto faz...
Denise Matos