Poema do Poeta
A mulher da vez apaixona o poeta
Não perde um só amor
Perde-se no caminho
Além do que a vista alcança
O poeta não é um galinha convicto
Uns o pintam assim
Não enxergam que ele ama as mulheres e todas elas
Mas uma de cada vez, com calma, por partes e beijos
A mulher do poeta não tem nem tende à santidade
Mas o tira do sério e do chão
Abriga-o em seu seio
E torna-o poeta inegável pro início, meio e fim (se houver)
O poeta não é um romântico
Mas manda flores e escreve bilhetinhos amorosos na hora da aula
O poeta não é devasso
Mas pelos cabelos atira e tira a loucura sã de toda mulher
O poeta é doce
É normal pros olhos
O poeta é amargo
É loucura pra alma
O poeta é indecifrável
Habita os becos e tavernas
Entre os goles e acordes
Toma outra meretriz
Foge o mundo triste do amor perdido
Bem assim, enquanto não é feliz