Natasha I

Reconfortante não é colo de mãe

Ou conselho de pai

Não o é, o tapinha nas costas

O ombro amigo, a palavra doce

.

Reconfortante não é o seu cão,

Que por mais que você chute,

Xingue, espanque e ofenda

Sempre corre aos seus braços

Nem teu filho.

Que trata da mesma forma.

Reconfortante não são os sorrisos

De quem te amas e respeita

Não são também as lágrimas

Do seu inimigo, jurado de morte

Não é tampouco a morte

Que te afagas e se ri

Não o é a vida, nem teus sonhos

Reconfortante não é o céu

O paraíso, os anjos, inferno

O sono bom depois do almoço

Nem mesmo o almoço “ter o que comer”

A desgraça alheia não reconforta

Reconfortante não é o espírito

Não são as lastimas, ou pedras no caminho.

Reconfortante não é o amor,

Nem o ódio, tampouco a dor e o prazer

Reconfortante

Reconfortante mesmo

É o som de cubos de gelo

No fundo do copo

ECJ
Enviado por ECJ em 18/08/2012
Código do texto: T3836093
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