Natasha I
Reconfortante não é colo de mãe
Ou conselho de pai
Não o é, o tapinha nas costas
O ombro amigo, a palavra doce
.
Reconfortante não é o seu cão,
Que por mais que você chute,
Xingue, espanque e ofenda
Sempre corre aos seus braços
Nem teu filho.
Que trata da mesma forma.
Reconfortante não são os sorrisos
De quem te amas e respeita
Não são também as lágrimas
Do seu inimigo, jurado de morte
Não é tampouco a morte
Que te afagas e se ri
Não o é a vida, nem teus sonhos
Reconfortante não é o céu
O paraíso, os anjos, inferno
O sono bom depois do almoço
Nem mesmo o almoço “ter o que comer”
A desgraça alheia não reconforta
Reconfortante não é o espírito
Não são as lastimas, ou pedras no caminho.
Reconfortante não é o amor,
Nem o ódio, tampouco a dor e o prazer
Reconfortante
Reconfortante mesmo
É o som de cubos de gelo
No fundo do copo