DE ONDE VÊM OS POEMAS?

Poemas não sabem por que nascem.

Vêm do cosmos num acaso motivado! (?)

Não tomam consciência de quão valiosos são.

Não têm como pretensão a mudança.

Mas, mesmo sem saber mudam.

Mudam os rumos de uma manhã sem cor,

Mudam o discurso vazio de uma tensa conversa,

Mudam a ultrarracionalidade no apreço ao mar,

Mudam a falta de amor no uso das descobertas,

Colocam um pouquinho de sobriedade na loucura,

E um pouquinho de loucura na sobriedade,

Amontoam-se, amontoam-se em palavras.

Organizam-se de uma forma tão estranha.

E, mesmo quando parecem incoerentes,

Reorganizam-se mudando o rumo das vezes que pareço sem coração.

Poemas vêm de forma tão singela,

De forma tão estranha,

De forma tão divina,

E me ajudam – no inusitado - dar forma à estranha e divina forma entender o viver.

(Marcio J. de Lima)

22/06/2011.