REGRESSO

Quando a estrada parecia degradar-se
numa paisagem vazia,
dei de cara contigo.
Foi-se o abrigo!
Fiquei exposto, alma vadia,
jorrando emoções nuas, catarse.

Foi como voltar à antiga biblioteca
e reler o velho livro empoeirado
da juventude.
Sabor rude
da aventura no corpo cansado,
redescobrindo luzes de uma discoteca.

Falavas, inconsequentemente, falavas
de amor. Amor do jeito como havia
na lembrança.
Feito criança,
feito sonhos, saudades e a magia
revelando-se nos gestos e nas palavras.

A vida não ousara te tirar, ainda,
a tesão. E, na mesa daquele bar,
fui surpreendido,
quase abatido
em pleno voo de andorinha sem par.
Era verão e eu te segui. Benvinda.