Peregrinando (como sempre... A idéia me é cara, foi Nietzsche quem me deu)
Entre formas e desenhos eu vou,
caminhando rumo ao incerto eu vou,
passo por todos – meu arrojado vôo...
Eu vou sem olhar para o passado,
eu vou como o vôo liberto de um pássaro,
eu passarei, tudo passará.
Eu vou como uma ave abstrata
a atravessar horizontes de prata
em busca de uma região inexata.
Venço os cósmicos relógios sem tempo
(substância total do pensamento),
passo além de mim, da hora e do vento.
Um dia hei de chegar, hei de chegar
a um lugar onde nunca estarei
para, não estando, ser e estar.
Mas por enquanto, sem saber quem sou,
vou caminhando e refazendo o sol
e me refazendo à medida que vou...