ESPERANDO A ILUSÃO
O teu afago derramado no meu trago,
já fez estrago que dispensa até falar,
e se agora loucamente me embriago,
é que não tenho muita história pra contar.
Meu canto é rouco, muito triste, quase mudo,
mas não me iludo, sigo em frente, vou à luta,
ninguém me escuta, mesmo asim tão renitente,
frequentemente tiro um sarro da labuta.
Não sou de ferro, vez em quando solto um berro,
desenterro um sentimento , desintegro uma ilusão.
Não me entrego e no meio de um pileque,
pode ser que dê um breque, pra poupar o coração.
passo a noite debruçado na mesa de um botequim,
chorando as mágoas, afogando a filosofia,
enchendo a vida vazia, flertando com uma vadia,
praticando a teoria até que o dia chegue ao fim.
Saulo Campos- Itabira MG