ESPERANDO A ILUSÃO

O teu afago derramado no meu trago,

já fez estrago que dispensa até falar,

e se agora loucamente me embriago,

é que não tenho muita história pra contar.

Meu canto é rouco, muito triste, quase mudo,

mas não me iludo, sigo em frente, vou à luta,

ninguém me escuta, mesmo asim tão renitente,

frequentemente tiro um sarro da labuta.

Não sou de ferro, vez em quando solto um berro,

desenterro um sentimento , desintegro uma ilusão.

Não me entrego e no meio de um pileque,

pode ser que dê um breque, pra poupar o coração.

passo a noite debruçado na mesa de um botequim,

chorando as mágoas, afogando a filosofia,

enchendo a vida vazia, flertando com uma vadia,

praticando a teoria até que o dia chegue ao fim.

Saulo Campos- Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 12/07/2012
Código do texto: T3773879
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