Eu canto para ti
O zumbido das abelhas
Como se as flores pejassem
A paz verde das lezírias
Eu canto os passarinhos
Inda quietos nos ninhos
Escondidos por entre folhas
Eu canto a chuva caindo
E a limpidez do rio
Saltitando entre seixos
Eu canto o vento nos juncos
O voo das libelinhas
Vibrando fúlgidas asas
Sobre fontes cristalinas
Eu canto as noites amenas
Escutando grilos e relas
Confrontado as sinfonias
Eu canto o luar entrando
Pela fresta das janelas,
Ao esvoaçar das cortinas
E o perfume dos goivos
Das rosas e madressilvas
Eu canto as coisas queridas
Pois no meu canto são vivas!
Lisboa,
25/7/2005