Depressão

À sombra soturna da noite desce

A asa fria de um letargo insano.

Toda a minha carne súbito estremece

e cai no abismo inútil do meu dano.

Há afagos e rumores vagos, cresce

Lá fora o brado de um mundo tirano.

Meu rosto não mais se reconhece,

Se olha e vê restos de nervo humano.

Branca, de uma fenomenal brancura,

Ela surge e com seu beijo letal

Engravida minha alma de loucura.

É uma flor horrenda, suja, anormal,

Que me envenena com sua linfa escura

E planta em meu peito o verme do mal.

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 08/07/2012
Código do texto: T3766567
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