QUANTAS CAMAS REDONDAS!
Quantas camas redondas,
Alguém a meu lado contente.
Quantos gemidos fingidos,
Você sempre ausente.
Quantas mulheres profanas
Me abraçam por prazer.
Quantos olhares carentes,
Em outros rostos não vi você.
Quantos prazeres comprados
Em boates difamadas.
Quantas vadias mentiram
Se dizendo, saciadas.
Quantas noites perdidas
Nas boates a me embebedar.
Quantos copos vazios.
Com quem você estará?
Quantos coitos forçados.
Falsos gritinhos soltos no ar,
Em busca de “não-sei-o-quê”.
Apenas algo a me arruinar,
Tentando encontrar você.
Debruçado na mesa de um bar,
Escrevendo poesia
Para te endeusar,
Quando é que você vai voltar?
Quantas bobagens ditas
Em versos nojentos,
Esperando uma errante,
Que só semeia sofrimento.
Não continuarei a enganar-me,
Para mim você não volta jamais,
Sua paixão é o dinheiro,
Prefere os que pagam mais.
Ando tentando achar-me,
Querendo fugir da frustração;
Se algum voltar, não me procure,
Não tenciono magoar o coração.