Três horas, verão na tarde
folhas paradas, imotas
aonde foi brincar o vento?...
Momento do ângelus
lá de longe, a gente ouvia
de Gounod, a Ave Maria


tocada na capela distante
da confraria Capuchinhos,
Seis da manhã, o nariz sabia
o cheiro do café de coador,
a boca, diferente salivava
éramos padaria aberta e sabor


o pão de sal estalava
e na feira? balaios de umbus
cestas de seriguela
balaios de mangas e cajus
rolinhos de cana espetados
galinha de quintal, jerimum


de barro, esperava a panela.
Banho, só no quintal ou na bacia,
quente, só no inverno, era de lei
vestido novo, fora do comum,
brindes na quermesse da igreja
filarmônica com homens azul-marinho


tocata lá em cima do coreto.
e meu coração agora, bate baixinho
querendo parar, ou dançar, talvez
uma dor de saudade é tão teimosa
tão quentes e salgadas lágrimas descem
são tantas lembranças, que nem sei...



- Registros de Infância (para Emerson- 05/04/2012) -
YARA E EMERSON moradores da Praça Padre Ovídio - Feira de Santana - Bahia - BraSil


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