ando vagando em mim
andarilha dos vagões
perdidos na desordem
das comédias inacabadas
das cortinas rasgadas
que o tempo esculpiu
ando meio lá, meio cá
em plantações insonhadas
nas vírgulas engasgadas
nas alcôvas vazias
das almas que carrego
ando meio lance
meio chance
meio mansa
meio densa
meio louca
tensa
ando por aí parada
na brisa alquebrada
na encosta cansada
nas rimas falhadas
colinas deitadas
ando esquecida
esquisita
transformada
sem lógica
em meus rumores
em minha certeza
de ser um
mundo sem (força)
mas, mas...
necessária, antenada,
sem boa parte dos preconceitos
nas paredes das incógnitas
pendurada
ando meio bruxa
meio fada
meio morta
meio luz
meio apagada
corrida
calada
apenas ando
á procura de mim
descartável
consignável
amÁvel
inefÁvel
inicio, meio , fim
ando pelos ventos das calçadas
esparramada
despejando sonhos inteiros
pelos bueiros
e que eles achem adubos
fertilizem suas raízes
nasçam,
(ALIMENTEM-SE DE VIDA
SEJAM FELIZES)