Desencanto

Enquanto, os versos dessa dor injusta, perdura na construção da esperança,

O futuro estará comprometido.

Não que eu seja pessimista,

Mas é só olhar ao redor...

Enquanto o meu filho paga a escola,

O teu filho morre lá fora;

Enquanto o meu filho dorme na cama,

O teu filho anda na rua.

Enquanto eu trabalho de sol a sol,

Alguém te oferta a chuva.

Todos só querem se dar bem.

E no meio desse bem, todos morrem sem respeito.

Pois não vês, que são muitas esquinas para remediar os viciados e as prostitutas;

Que são muitos os corrompidos e os corruptos;

Que no fim de tudo, há falta de vontade para fazer uma nova realidade.

Não vês que os homens de valor, de vergonha até se escondem.

Nesse parto, dessa terra bruta, se até as mãos da justiça são sujas,

Que destino terá o filho de quem luta.