Descotidianos
o sino toca e retoca a rotina do indivíduo aquele que
paira repara dispara despido de vento mas desvendo
vendo o ex-divíduo vendendo seu tempo sem tempo
retemporal externo manchando o terno deslavado e
des-secado pelo sol seco hiperseco que tudo seca
tudo menos tudo que o temporal penca e despenca
no meu cotidiano que empresto em parcelas em juros
em tijolos em feijão em leilão para o senhor
da esquerda com terno e guarda-terno guarda-temporal
hoje descotidiano contido meu dia dele que meu agora
é só o contrato sem trato destrato retrato do meu
amor que também é dele meu bem meu desbem quero
andar mas não consigo sem pisar na grama sigo sem pisar
sem pesar sem pensar na desgrama do jardim que o caminhão de lixo
levou junto com chão e minhas pegadas de lixo agora
estou perdido vou seguir seguindo conseguindocom pouco segundos
sigo o caminhão não anotei a placa mais vai dar em algum lugar-não
-lugar-algum vai ser meu dia um dia meu dia vai ser meu dia
meu diálogo logo meu lixo espalhado pela cidade meu espelho
mesmo sem ser eu mas espelhos não mentem espalham e matam
meu deus matam minha esperança e eu desespero e eu desespelho
e eu desespelho queria espelhar qualquer coisa qualquer treco qualquer
troço mas eles não deixam um dia eu destroço mas não fala isso
que é falta deducação que eu não dei pra mim mesmo que
eu me deseduquei quando falei com o moço da esquina minha verdadeira
sina que eu mereço e prezo desprezo esse troço e me distraio que o
sino toca e retoca