Paralelepípedo
Eu sempre digo que a luz segue o seu proposito.
Quando escrevo, me vejo numa praça,
Onde o povo passa.
Não escrevo e nem leio para fazer graça.
Aqui me identifico,
Como lutando por uma causa.
Sou menino,sou herói,
Sou velho, sou amante,
Sou bandido, sou errante,
Sou anjo, sou homem, sou mulher...
As vezes, nem sei quem de mim é o que é.
Mas não sou uma ameaça,
Nunca quis ferir alguém;
Nunca me impressionei com a maldade.
Não sou verdadeiro,
Mas uso de sinceridade.
Não sou belo,
Mas gostaria de dividir o meu sorriso;
Mas gostaria de contagiar os meus amigos.
Nunca serei rei,
Mas adoro ser o palhaço.
Só não sou soldado, porque não quero ser dono da morte;
Só não sou político, porque não quero ainda morrer;
Só não sou materialista, porque não quero a alma perder;
De tal sorte,
Prefiro ser sempre o operário, se não for o vassalo;
Pois fico próximo de aprender o que é o amor.
A flor, o rio, as estrelas tem a sua eternidade,
Na essência da sensibilidade,
Onde a paz não precisa fazer a guerra pra acontecer.
E a riqueza é só o tempo de externar o melhor da qualidade,
Para se ver a harmonia eternizar felicidade.
No tom do som,
Entre a tênue cor da iris e
Toda essa horda de necessidades...
Vale dizer que vim aqui pra ser parte.
E assim, na cor da simplicidade,
Ouvindo o mavioso canto dos pássaros da cidade...
Viver.