Sou
Sou
Sou da luxuria, a inveja;
Do ódio, o amor;
Sou um Deus, um demônio;
Sou um humano sem valor.
Rastejando em meio a guerras e covardias.
Segredos patéticos, medos, desejos, agonias...
E o meu poder vem de algo sem valor, sou o lixo de quem já amou.
O que sobra da saudade, quando ela se torna raiva.
Sou o que sou;
Tão pouco, sem credo, sem raça, sem cor, infeliz e sozinho.
Vago no escuro e no claro;
No fogo e na água;
Sou apontado e apedrejado.
Sou o que foi e ainda fica;
Sou o que resta, o nada de uma cidade abandonada que já não existe mais...
... Morto e sucumbido na mente de quem me criou.