Granito

Tu vens da pedra,

Da capa mais dura do granito.

Rasgando o rosto suave da ira,

Ensinando-me a expressão da face dor.

Meu rosto, desde então,

Volta-se imóvel as faces do oriente.

Move-se move-se

E hoje dorme sossegado.

Tu vens do fogo.

Como se queimar o vivo não fosse suficiente,

Precisando matar qualquer forma de som.

Da tua fala ao meu ouvido;

Da tua pele por baixo;

Da tua mão cedendo a claridade,

Ao movimento intenso da manhã.

Traz-me, pedra, as manhãs de amanhã,

E tudo o mais de volta.

Jana Canuto
Enviado por Jana Canuto em 14/05/2012
Código do texto: T3667607
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