Da palavra e suas redes
Inesperadas, as palavras chegam,
como quem não quer nada,
procurando meu coração ....
Digo que se aquietem,
que ele está fechado para balanço.
Depois me arrependo
e, quando as procuro,
não as encontro e fico assim:
num vazio de palavras,
num tumulto de emoções ...
Só quando me deixo levar pelos sonhos,
nas asas dos devaneios,
é que elas voltam, sedutoras,
cheias de armadilhas em que me perco ...
E traio meu coração, que se enovela,
cai nas redes que dançam em águas de lembranças
e vai revelando segredos ...
Maria Felomena Souza Espíndola